sábado, 23 de dezembro de 2017

Star Wars - The Last Jedi (pela segunda vez)


Vi o The Last Jedi pela segunda vez e o filme só melhorou. 
Yoda (incrível no filme) diz que "o fracasso é o melhor professor". E este é o arco do filme para todos os personagens principais. Todos tem sua função na trama e todos saem do filme alterados. Rey entende seu lugar no universo, Poe assume a liderança da Resistência, Finn se afirma como "escória rebelde" e Kylo Ren se livra de seu passado, suplantando finalmente seu avô.
Descobri a importância dos arcos de Poe e Finn na trama e também percebi que a tal parte do cassino não é nem tão longa e nem tão ruim assim como eu havia pensado anteriormente.


Sobre reclamações específicas que ouvi:
-"este não é o mesmo Luke da trilogia original": ainda bem! Trinta anos se passaram, muito aconteceu com ele, não tinha como ser o mesmo cara! Uma das coisas que menos gostei no Force Awakens foi justamente Han e Leia estarem exatamente iguais eram no Nova Esperança. Adorei encontrar esta evolução do Luke. A história do mestre me lembrou a de personagens clássicos de faroeste como Will Munny de Os Imperdoáveis e Rooster Cogburn de Bravura Indômita. 
- "detestei a Leia no espaço": pelo mesmo motivo acima amei a cena de Leia sobrevivendo no espaço. Yoda disse no V e Luke no VI que Leia tinha a Força, por que não demonstra-la? Fiquei imensamente feliz que Carrie Fisher tenha tido a oportunidade de ter feito a cena, que além de tudo é esteticamente linda. Lembrando também que a Leia não "voou como o Superman", ela estava em microgravidade e, fazendo um paralelo da Força com o funcionamento de um imã, faz sentido que ela tenha usado a habilidade para se atrair para a nave, de massa muito maior do que a sua.
-"Leia deveria ter morrido na explosão da ponte ou no choque contra a nave de Snoke": Não! A personagem é a última viva do trio de heróis originais e mesmo que não apareça no próximo filme aposto que vai ter lugar na história de alguma forma. Além disso, acho mais respeitoso que usem todo o material derradeiro deixado pela grande Carrie Fisher.
-Porgs:  Eu achei que foram ótimos alívios cômicos, mas pra quem não curtiu...poxa, aparecem brevemente duas ou três vezes, vai, não há porquê chorar por isso.
- Luke pescando e ordenhando: ouvi mais de uma pessoa reclamando disso! Acho bizarro alguém reclamar desse detalhe específico... mas enfim... achei cenas bem bacanas para estabelecer a natureza eremita do personagem. Ele não estava buscando maiores significados, estava apenas levando uma vida simples.
- Origem de Rey: é claro que reclamam disso... Não entendem que a origem de Rey é a mais Star Wars possível! A Força vem de todos os lugares, ela não precisava ter uma linhagem ou explicação. Além disso, enquanto descobrir ser filho de Darth Vader era algo que quebrava Luke, aqui, não ser ninguém é o que mais afeta Rey. Não poderia ser melhor.
-Falta de explicação sobre quem é Snoke e a Primeira Ordem: senti falta disso também, mas no filme anterior, não agora. Lá o líder e sua ordem foram apresentados como uma nova ameaça e realmente ficou uma sensação de vazio quanto suas origens e propósitos, já em The Last Jedi Snoke serviu como uma ponte para que Ben Solo se tornasse o melhor e mais tridimensional personagem da saga. Seu papel aqui era muito bem definido e a execução de seu arco foi perfeita. Além do mais, quem diz que ainda não podem explicar sobre ele no Episódio IX?
-Morte de Snoke: para mim é justamente o grande momento do filme! Ao ver toda a extensão do poder do líder estava me indagando como venceriam ele no fim. E ele é morto no segundo filme da trilogia, no alto de sua arrogância, para a surpresa do próprio e do público também. 
-Luke holográfico: além de ser uma incrível demonstração de poder, esta ideia salva o personagem de ser morto por Kylo Ren (e isto sim seria decepcionante). Luke morre em paz com a Força após ter reencontrado seu propósito e feito às pazes com seus erros. Luke, está mudado sim, mas não em sua essência. Ele nasceu como uma nova esperança no Episódio IV e morreu como uma nova esperança no Episódio VIII.

Vendo estes tipos de crítica tenho certeza de que se o amado e intocável Império Contra-Ataca fosse lançado hoje seria massacrado pelas mesmíssimas pessoas. Iam odiar o humor de Yoda e C-3PO, achariam nada a ver a origem de Luke, reclamariam do romance de Leia e  Han, estranhariam o fantasma de Obi Wan, entre outras coisas.

Ao contrário do que alguns fãs estão dizendo, The Last Jedi não só está respeitando o legado de Star Wars como é o filme Disney que mais fez isso! Rian Johnson retornou as origens, buscando novamente as fontes de inspiração originais de George Lucas como filmes de Akira Kurosawa e faroestes e moveu a história, não apenas a reciclou. The Last Jedi é o primeiro Star Wars desde 1983 que fica lado ao lado com os originais.



BÔNUS: O que poderia ter sido feito com Finn?

Apesar das cenas em Canto Bight não terem me incomodado tanto na segunda vez que assisti o filme, ainda acho que a parte de Finn poderia ter sido melhor. Para não alterar tanto a estrutura da história, acredito que o "master codebreaker" interpretado por Benício del Toro poderia estar em uma cela na própria nave da Resistência. A jornada de Finn e Rose começaria com os personagens tentando libertar e fugir com DJ da própria Resistência. Desta forma, o roteiro seria mais focado e enxuto. Esta seria a única alteração que eu faria em The Last Jedi.

Um comentário:

  1. Concordo plenamente. Creio que os midiclorians desempenharam um papel importantíssimo para a história, o que explica porque a força é tão forte em Luke e Leia, filhos do ser que tinha a maior contagem de judiciárias de todos os seres.
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    Amei as suas resenhas e nem preciso dizer que o papo sobre os midiclorians é zoeira, Né? Hahaha

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