domingo, 29 de dezembro de 2019

Star Wars IX - A Ascensão Skywalker



Reclamou-se muito que Rian Johnson desfez, em seu The Last Jedi, tudo o que o JJ Abrams tinha feito no Episódio 7, e eu não posso discordar mais. Foi JJ quem deixou todos os set ups preparados para aquele filme com o sumiço de Luke e uma coleção de personagens genéricos como Phasma, Snoke e Maz Kanada. Tudo que Rian fez no Episódio 8 foi ou uma continuação lógica da história ou uma tentativa de dar voz própria a essa trilogia, ao invés de seguir JJ e entregar algo como um A Primeira Ordem Contra-Ataca. Já o este Ascensão Skywalker praticamente esquece que houve algo entre o Force Awakens e ele.

O Episódio 8 deixou um terreno limpo para a imaginação e o que JJ escolheu fazer com isso? Escutar todos os haters em redes sociais e fóruns de internet fazendo mais um soft remake. Neste caso, a inspiração foi um pouco menos óbvia do que em Force Awakens, mas sem dúvidas a ideia foi realizar uma espécie de Retorno de Jedi Parte 2, além de tentar apagar tudo o que parte do fandom não havia gostado no filme anterior. A Ascensão Skywalker passa mais tempo respondendo questões e pedindo desculpas a quem não gostou do The Last Jedi do que tentando contar sua própria história. E no meio disso tudo toneladas de referências aos filmes mais antigos. 
Curioso que de certa forma o roteiro do filme não respeita nem mesmo as próprias criações de JJ. Se lá no Episódio 7 fomos apresentados à nova ameaça galática, a temível Primeira Ordem, aqui essa construção é jogada fora para a volta do Imperador Palpatine e sua frota. A Primeira Ordem foi reduzida à UMA nave.

Até que volta de Palpatine poderia ser uma ideia interessante, se melhor trabalhada. No filme ele entra apenas para termos um chefão final, enquanto Kylo Ren tem sua redenção e Rey tem sua absurda história de origem contada. E como ele sobreviveu? E de onde veio essa frota que eram basicamente centenas de Estrelas da Morte?

É uma tristeza o que fizeram com a bonita mensagem do filme anterior, quando qualquer um poderia se tornar um herói. Agora voltamos a estaca zero, com poucas famílias detendo o poder da Galáxia. E o filme é tão covarde que temendo ser atacado por isso insinua levemente (sem coragem de admitir, claro) que Finn é sensível à Força também.
Mas o pior para mim foi a coitada da Kelly Marie Tran. Depois de sofrer tanto ataque misógeno e racista a atriz foi recompensada com... ostracismo! Pode-se não gostar do personagem da Rose Tico e de seu papel no filme anterior, mas a covardia com que o roteiro tratou desse problema extra-filme é assustadora. Por que ela não acompanha a aventura? Para "compensar" a falta de representatividade JJ trouxe a dispensável personagem Jannah. Rose poderia muito bem estar em seu lugar e inclusive ter se tornado um par romântico efetivo de Finn. É bizarro que em 2019 o personagem negro só possa ter como interesse romântico uma outra personagem negra.
Aliás, personagens inúteis é o que não falta... a própria Jannah, D-O, Zori Bliss... não vejo outro motivo nestes personagens a não ser vender boneco e inchar o filme (e isso deve ser culpa do roteirista Cris Terrio, vide seus filmes na DC).
Enquanto os piores momentos momentos do filme são aqueles em que tentam "consertar" o Episódio 8, como o tratamento dado à personagem Rose Tico e a absurda nova origem de Rey, os melhores sem dúvida são aqueles construídos naquele filme, como a relação entre Rey e Ben e sua conexão pela Força.
Rey e principalmente Kylo Ren foram de longe as melhores coisas dessa trilogia, sendo bem trabalhados em todos os filmes. E é curioso que mesmo tentando apagar de todas as formas o The Last Jedi foi a conexão na força dos dois surgida naquele episódio que trouxe o grande momento do filme, a luta em que cada um está fisicamente em um lugar diferente.

Aliás, sempre que os personagens interagiam o filme saia da mediocridade para algo próximo do que se espera de um Star Wars, como na impressionante cena no deserto e a maravilhosa luta nos destroços da Estrela da Morte.

Outro momento emocionante da Ascensão Skywalker veio diretamente do filme anterior: o encontro de Rey e do fantasma de Luke, que acaba entregando a ela seu antigo X-Wing, ainda que esta cena termine com a esdrúxula história do treinamento e do sabre de Leia.

O terceiro ato do filme se transforma em O Novo Retorno de Jedi, com a ação se dividindo em um ataque terrestre à uma torre, a frota rebelde e a frota imperial se enfrentando no espaço e dois personagens enfrentando Palpatine, mas sem o frescor e a criatividade do Episódio VI. E se esta resolução não é inventiva, ao menos temos mais um bom momento com Rey e Ben lutando lado a lado.

Mesmo com todos seus defeitos A Ascensão Skywalker acaba se tornando uma experiência válida devido à seus personagens carismáticos, humor bem encaixado, boas cenas de ação e principalmente pelas sementes plantadas no Last Jedi. É um filme relativamente bom, mas que empalidece perto de outros filmes da saga e do que poderia ter sido se dirigido por alguém mais competente e criativo do que JJ Abrams (como gostaria de ver o que Rian Johnson teria feito neste Episódio IX).


Danilo Awards 2019

E para não perder a tradição, finalmente o Danilo Awards 2019!
Obs 1: obviamente quando digo "melhores" quis dizer "os que mais gostei"
Obs 2: não vi muita coisa importante ainda, como Good Place, Rick & Morty, O Farol...

Melhores Álbuns:

5. Rammstein - Rammstein
4. Baroness - Gold & Grey
3. Torche - Admission
2. Tool - Fear Inoculum
1. Rival Sons - Feral Roots


Séries:

10. Good Omens S1
9. The Expanse S4
8. Lost in Space S2
7. The Boys S1
6. Stranger Things S3
5. The Mandalorian S1
4. Dark S2
3. Watchmen S1
2. Jack Ryan S2
1. Chernobyl S1


Filmes:


10. John Wick 3
9. Vingadores Ultimato
8. Coringa
7. Lords of Chaos
6. Era uma vez em Hollywood
5. O Irlandês
4. Parasita
3. Entre Facas e Segredos
2. Doutor Sono
1. Nós




quarta-feira, 19 de junho de 2019

Baroness - Gold & Grey

John Baizley, guitarrista, vocalista e líder do Baroness declarou "tenho certeza que acabamos de terminar nosso melhor e mais aventureiro álbum até hoje". Se "melhor" é um conceito mais abstrato e pessoal, é inegável que Gold & Grey é de fato o trabalho onde a banda se arriscou mais. E isso não é pouco para um grupo que nunca se repetiu em nenhum de seus lançamentos.
Ouvir um novo CD do Baroness é sempre um desafio para seus fãs. Tudo que pensamos saber e esperar da banda é constantemente subvertido, mas talvez nunca tenha sido tanto quanto agora. A começar pela grande quantidade de faixas, 17, sendo que seis destas (Sevens, Anchor's Lament, Blankets of Ash, Crooked Mile, Can Oscura e Assault on East Falls) se pareçam mais com vinhetas do que com músicas de fato, o que acaba diluindo e enfraquecendo o resultado final (com exceção da boa Can Obscura).
Dentre as demais faixas, as que mais soam como Baroness "clássico" são as ótimas "Front Toward Enemy", "Borderlines" e "Throw Me an Anchor" que poderiam ter saído de esforços anteriores como Purple ou Yellow & Green.
Neste novo trabalho a banda trás 3 baladas: "I'm Already Gone" , com uma interessante sonoridade alt-rock, a emocionante  "I'd Do Anything" e aquela que considero o ponto mais fraco do álbum, a insossa "Emmett - Radiating Light". "Tourniquet", "Cold-Blooded Angels" e  "Broken Halo" são boas músicas que trazem um lado mais hard rock do quarteto, mas que não se destacam na discografia da banda.
O grande destaque fica para o single "Seasons" que traz uma variação de andamentos que vão do drum'n'bass à blast beats em uma progressão orgânica e empolgante pelos seus quatro minutos e meio.
 Gold & Grey termina com uma faixa que simboliza bem todo o CD, Pale Sun, que alterna momentos pouco inspirados (e que soam como vinheta) com outros excelentes e criativos. 
Este novo álbum mostra uma banda sempre em evolução, buscando agregar ao seu som, mas que nem sempre consegue acertar. Apesar de discordar de Baizley quanto a Gold & Grey ser o melhor CD do Baroness, ele é mais um grande trabalho desta que é sem dúvidas uma das melhores bandas atuais e que, em um mundo mais justo, já teria se tornado muito maior do que é.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

O que pode acontecer em Star Wars Episódio IX? Parte 2


Finalmente temos nome e teaser do Episódio IX e assim está oficialmente iniciada a temporada de especulações sobre o filme.

Bem, lá em dezembro de 2017, ainda no calor das discussões sobre o Last Jedi e sem nenhuma informação sobre o episódio seguinte,  eu já havia começado a maquinar sobre o que poderia acontecer:

- Um ano (ou mais) vai ter se passado. A Primeira Ordem já domina a galáxia.
- O filme vai iniciar com uma aventura que finalmente envolva Rey, Finn e Poe juntos.
- Finalmente os Cavaleiros de Ren vão aparecer
- Leia não vai morrer.
- O fantasma de Luke vai aparecer.

Pelo visto no próprio teaser e em algumas imagens e entrevistas que já rolaram parece que algumas coisas que escrevi devem realmente acontecer. Das demais apostas a única que acho que já dá pra descartar é a de Rey usando um sabre novo (e duplo como o de Darth Maul).

Atualização 05/09/2019: pois é, parece que Rey vai usar o sabre duplo! Mas talvez apenas em uma visão ou coisa parecida.

Fora a incrível primeira cena do teaser o que mais me chamou a atenção foi a risada de Palpatine ao final. O que isso quer dizer? Está vivo? Aparecerá como force ghost? Ou será apenas um holograma?

Minha aposta é que de alguma forma ele sobreviveu à explosão da Estrela da Morte. Diferente de muitos que apostam numa explicação complicada à isso (como clones e afins), acho que apenas vai rolar um "porque sim". E por mim tudo bem, até prefiro. Acho que vão dizer que ele passou um tempo se "reconstituindo" e agora está novamente no auge dos seus poderes.

Curioso que uns tempos atrás eu não seria muito favorável à essa volta, pois sempre achei que seu arco (e de Anakin e de Luke) se completavam perfeitamente no Retorno de Jedi. Entretanto agora acho que sua volta pode dar um senso maior de continuidade e importância à essa trilogia sequel.

E já que ele está vivo... porquê não ter sido ele a criar Rey usando a Força como havia feito com Anakin? J.J. Abrams disse que há mais sobre a origem da jedi do que simplesmente ter sido abandonada por seus pais. Não acredito que ele vá fazer que ela seja filha de alguém conhecido agora, seria jogar toda a mensagem do filme anterior no lixo, mas uma forma de aplacar a raiva dos "fãs" que não se convenceram da origem da garota e nem de seus grandes poderes sem desmentir tudo que foi falado até o VIII seria dizer que ela teve exatamente a mesma origem de Darth Vader. E assim, de certa forma, ela também seria uma Skywalker, justificando o título do filme (lá nos meus pitacos de 2017 já dei esse de que ao fim de tudo ela assumiria o nome da família). E inda mais longe... quem sabe a Dark Rey também não é uma criação de Palpatine? Ao criar Anakin, o antigo Imperador teria feito um ser híbrido, que carregava a luz e as trevas, já agora, a Força teria produzido dois seres distintos, um inteiramente de lado luminoso e outro do lado sombrio (mas acho o mais provável que a Dark Rey seja só uma visão mesmo).


E Snoke? Aqui tenho alguns chutes, mas sem muita convicção: ele também pode ser uma criação de Palpatine ou talvez seja até o próprio controlando um corpo qualquer ao longe. Ou quem saiba a Disney se renda ao desejo de alguns e ele seja Darth Plagueis, mestre de Palpatine que supostamente havia morrido? Desta forma, Plagueis/Snoke teria sido quem reviveu o antigo Imperador (afinal ele tinha esse poder) e o deixou aprisionado para que este sofresse vendo seu mestre tomando o Império que uma vez tinha sido seu. Nesta última hipótese, a criação de Rey teria sido um plano de Darth Sidious para eliminar Plagueis e assim se libertar.


Sobre os demais personagens não tenho muita ideia do que possa acontecer, só que ao final teremos uma enorme batalha espacial.

Atualização 05/09/2019

Depois que mais alguns segundos de cenas aparecerem resolvi formular mais algumas hipóteses. A primeira é baseada na cena abaixo:



Na famosa (e ao meu ver totalmente superestimada) Trilogia Thrawn, o almirante parte em busca de antigos clones e de uma frota perdida de naves que pode desequilibrar a guerra entre os remanescentes do Império e a Nova República. Acredito que o mesmo deve acontecer com os heróis e vilões do Episódio IX que devem procurar a localização (ou algum tipo de acesso) aos antigos StarDestroyers que aparecem no teaser no que sobrou da Estrela da Morte.

C3PO de olhos vermelhos deve ser o grande alívio cômico do filme. Devem instalar uma atualização guerreira no droid para que ele se torne agressivo.

Por fim, a respiração de Vader que ouvimos em determinado momento: acredito que é algo apenas do teaser.