quarta-feira, 27 de agosto de 2014

TOP 2013

Qual a finalidade de se fazer essas listas? Bem, não posso responder por outras pessoas, mas para mim é porque acho divertido pensar sobre tudo o que vi, li e ouvi durante o ano.
Melhor ainda é ler a lista de outras pessoas. Dá pra descobrir um montão de coisas bacanas que deixamos passar em branco, por um motivo ou outro (em geral desconhecimento mesmo).
Sem mais delongas, aí vai meu TOP 2013:

10. Black Angels - Indigo Meadow: Explodiu minha mente desde os primeiros segundos de audição. Ótima mistura de surf music com garage rock e uma boa dose de psicodelia, além de deliciosas referências ao The Doors. Eu já havia ouvido outros álbuns dos caras e até presenciado um show deles. Sempre gostei da banda, mas esse foi de longe o álbum que mais me cativou.

9. Vista Chino - Peace: Pra quem não sabe, o Vista Chino é o Kyuss sem o Josh Homme. Antes do lançamento do cd ouvi por aí que "Kyuss sem Josh é o mesmo que o Sabbath sem o Iommi". Faz sentido. Porém, o guitarrista Bruno Fevery deve ser um clone do líder do Queens. Os riffs, solos, timbres e tudo mais que saem de sua guitarra parecem ter sido gravadas por Homme nos anos 90. Claro, eu sou contra cópias, acho que banda boa, em regra, é banda original. Mas quem mais poderia copiar o Kyuss senão o próprio Kyuss (ou pelo menos 3/4 dele)?
Fato é que Peace é um cd inteligente. Conseguiu resgatar toda a essência da banda, sem cair no auto-plágio descarado. Soa como se tivesse sido gravado pela banda original e saído 2 ou 3 anos depois do ...And the circus leave the Town. É fantástico? Será um clássico como Blues for the Red Sun e Welcome to Sky Valley? Certamente não. Mas mantém o legado do Kyuss intacto, ainda que com outro nome.


8. Seasick Steve - Hubcap Music: Ah, o véio mendigo! Este é seu álbum mais roqueiro até agora. Provavelmente por contar com ninguém menos do que John Paul Jones no baixo. Nenhuma dessas músicas é o cúmulo da criatividade e Hubcap Music não vai mudar o mundo, porém a pegada dele é tão honesta e tão empolgante que não tem como não amar.




7. Jimi Hendrix - People, Hell and Angels: Não há mais o que se falar do mestre da guitarra. O impressionante é que "míseras" sobras de estúdio dele sejam tão sensacionais. People, Hell and Angels é uma lição de rock, blues e soul. 



6. Arctic Monkeys - AM: Já longe da época de "sensação da internet" os Monkeys (donos de um dos nomes de banda mais idiotas que já ouvi) lançaram esse ano seu álbum mais sóbrio e equilibrado (isso não quer dizer que eu tenha achado o melhor deles, meu favorito ainda é o Favorite Worst Nightmare). Não gostei de todas as músicas, na metade o cd fica um pouco irregular, entretanto, as músicas que são boas, são boas mesmo. 

5. Deep Purple - Now what: Todo mundo na ansiedade pelo Black Sabbath e o Deep Purple correu por fora e lançou o melhor álbum de banda clássica do ano. Na minha modesta opinião, é o melhor desde que Steve Morse entrou na banda, o primeiro, desde então, que eu colocaria ao lado de outros grandes cds (lps, aliás) que os caras já gravaram. Um dos grandes destaques é o tecladista Don Airey. O cara, mesmo substituindo ninguém menos do que John Lord, não se intimidou e matou a pau. Não só ele, é claro, a banda inteira está afiadíssima e conseguiram fazer uma sucessão de riffs, solos e melodias com a propriedade de quem é uma lenda viva do rock.


4. Nick Cave & The Bad Seeds - Push the Sky Away: Lento quase parando, denso, pesado (no sentido de clima, não no de guitarras), intenso, depressivo, lindo. O álbum é um pacote de emoções. Não tem como ficar impassível ouvindo belíssimas composições como Water's Edge, Jubilee Street ou Higgs Bóson Blues.













3. David Bowie - The Next Day: Esse surpreendeu todo mundo. A gente achando que o Bowie tinha se aposentado e ele vem e lança essa pérola. O álbum parece até uma coletânea, já que tem tantas músicas tão boas, cada uma ecoando uma fase do camaleão. É aquele tipo de trabalho tão bem feito e detalhado que o ouvinte descobre uma coisa nova cada vez que o escuta. Coisa linda. 













2. Ben Harper and Charlie Musselwhite - Get Up!: Uma pequena obra de arte. Não conheço muito do Ben Harper e, admito, menos ainda do Charlie. Por acaso acabei assistindo à apresentação da dupla no Rock in Rio neste ano e meu queixo caiu. O blues e o rock praticado pela dupla em Get Up! é algo acima do normal. Tudo na medida, som redondinho, simples e poderoso, feeling em níveis estratosféricos.  Tudo que um bom cd do gênero pede.














1. Ghost - Infestissumam - Redux: Se eu colocasse outro álbum em primeiro lugar não estaria sendo honesto comigo mesmo. Não, eu não acho que Infestissumam é o mais criativo ou inovador lançamento do ano, há outros nessa lista mesmo que estão muito a frente dele nestes e em uma série de outros quesitos. Porém, o que é curtir música? Em primeiro lugar (ao menos pra mim) é diversão. E ninguém me divertiu mais em 2013 do que o Ghost. Adoro tudo sobre a banda. O "mistério", o satanismo de botequim, o figurino, os videos... e principalmente, claro, a música.  Consigo, ao ouvir os suecos, sentir toda a rebeldia adolescente do heavy metal fluindo pelo meu corpo. O som da banda, já saudosista por definição, me traz uma série de recordações e sentimentos bons da época que eu usava preto da cabeça aos pés, mesmo que estivesse fazendo 40ºC à sombra. A medalha de ouro vai, sem dúvidas, pra esse cd.
Coloquei aqui a versão redux já que ela inclui os maravilhosos covers que também não saíram do meu mp3 player durante o ano.


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Alguns P.S.:
1- Não, não tem Black SabbathAlice in ChainsQueens of the Stone Age e outros medalhões. É simples, tem 10 (ou mais) álbuns que gostei mais do que esses. 

2- Quase lá: a disputa para entrar na lista foi grande. Em décimo também poderiam também ter sido os novos do Motorhead (provavelmente a unica banda do mundo com tanto tempo de estrada que nunca decepcionou), do Paul McCartney, do Deafheaven, do Cult of Luna... foi um ano com muita coisa legal.

3- Os melhores álbuns de outros anos que só descobri em 2014 foram o Locked Down do Dr. John (de 2012) e o auto-intitulado do Fever Ray (de 2009). Se lançados este ano, ambos teriam entrado facilmente no meu top 10 e o Locked Down disputaria o primeiro lugar com o cd do Ghost (e se eu refizesse a lista do ano passado ele ficaria em segundo).

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