Não sei se já estou ficando velho rabugento, mas neste ano não teve nenhum álbum que eu realmente tenha amado. Não como em anos anteriores, pelo menos. Claro que curti muitas músicas novas, mas não teve nenhum CD que tenha de fato explodido minha cabeça.
Enfim, abaixo vai meu TOP 5 (sem ordem) dos CDs lançados em 2015.
Ghost - Meliora
O problema aqui foi o alto nível que me acostumei com os álbuns anteriores do Ghost.
Meliora tem algumas músicas excelentes como From the Pinnacle to the Pit e Deus in Absentia, mas pela primeira vez na carreira dos caras achei que algumas faixas estão lá só para encher linguiça.
Não que eu chegue a pular alguma, mas não dá para afirmar que este CD seja tão consistente quanto o Opus Eponymous ou o Infestissumam.
Porém, se na comparação consigo mesmo o Ghost fique abaixo do esperado, quando comparado com CDs de outras bandas, Meliora merece ter destaque.
Graveyard - Innocence & Decadence
Passei mais de um mês odiando este álbum. Depois, ao ler inúmeras resenhas entusiasmadas sobre ele, resolvi dar mais uma chance.
Descobri que não era o CD todo que eu odiava, apenas suas quatro horríveis baladas. Como elas estão espalhadas pelo trabalho, acabavam comprometendo toda a minha avaliação sobre ele.
Ao eliminar essas faixas da minha playlist descobri que Innocence & Decadence é mais um excelente registro do Graveyard, que para mim é, de certa forma, o novo Motorhead (não estou dizendo que o som das bandas seja parecido, mas sim sua pegada e amor pelo rock'n'roll mais visceral).
Marilyn Manson - The Pale Emperor
Maior surpresa da lista. Depois de 3 ou 4 álbuns horrorosos eu não esperava mais nada do Antichrist Superstar e acabei ouvindo este cd mais por inércia mesmo.
E não é que ele é bem legal? Claro, muito distante da "trilogia" Antichrist, Mechanical e Holy Wood, mas The Pale Emperor é um cd bem divertido, com ótimos momentos como "Third Day of a Seven Day Binge", "The Devil Beneath My Feet" e principalmente "The Mephistopheles of Los Angeles", provavelmente a música que mais ouvi este ano.
Puscifer - Money $hot
Outro álbum que nas duas ou três primeiras vezes que ouvi achei ruim. Só que quando percebi já estava ouvindo sem parar havia semanas.
Fora Simultaneous, que é insuportável, a grande característica de Money $hot é a homogeneidade da qualidade de suas músicas. Não há nenhum destaque, porém o nível é mantido sempre alto em todas as composições (com a exceção já citada).
A pegada do CD lembra bastante o do anterior, Conditions of my Parole, de 2011, porém faltou um certo "quê" que dava um charme especial para aquele trabalho.
Baroness - Purple
Não sei porquê acontece, mas o fato é que sempre que escuto um novo álbum do Baroness, minha primeira reação é odiar.
Com Purple não foi diferente, mas na terceira ou quarta audição já me tornei fã do trabalho.
Não achei nem de perto um álbum forte como os dois anteriores, mas Purple carrega todo aquele peso e melodia característicos da banda.
Assim como o Ghost, o problema do Baroness foi o patamar elevado alcançado anteriormente.
A banda vinha em um crescente desde Red e me pareceu que pela primeira vez não conseguiu se superar.
Ainda assim, o álbum é Baroness puro. E só por isso merece destaque dentre os lançamentos do ano. De todos os álbuns que comentei aqui, acredito que esse é o que tem maior probabilidade de "crescer" com o tempo.
Outros álbuns que curti em 2015: Skills in Pills (Lindemann), Dodge and Burn (Dead Weather), Hoffnung (Lacrimosa), Zipper Down (Eagles of Death Metal).
Quais foram os seus CDs preferidos de 2015?
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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Ghost - HSBC Brasil (05/09/2014)
Se você me conhece, ou já leu meus textos por aqui, sabe que sou fascinado pelo Ghost. Acho que poucos grupos hoje (se é que algum) são tão divertidos quanto os suecos. Enquanto o metal foi ficando cada vez mais técnico, sério e pesado, os caras voltaram as raízes, na contra-mão de praticamente todas as bandas do estilo, tocando músicas bem mais simples, diretas e melódicas, com letras tão escrachadamente satânicas que fica muito difícil serem levadas à sério (o que é ótimo).
Para mim, a banda está para a música como os antigos filmes de terror da produtora Hammer estão para o cinema. Aquela aura de castelo empoeirado, de cenários de papelão, de atuações canastríssimas... e de diversão pura. O Papa Emeritus II é o Vincent Price do heavy metal.
Sua discografia até o momento, dois álbuns e um EP de covers, são incríveis. Na minha opinião o Ghost, até agora, está invicto, sem lançar uma música chata que seja.
Pois bem, mas banda boa de verdade é aquela que convence ao vivo. Já me decepcionei tanto com algumas bandas ao ver seus shows que até parei de gostar de seus cds (System of a Down, Marilyn Manson, Pixies...). Por sorte, com o Ghost aconteceu justamente o contrário.
O HSBC Brasil estava com bom público, cheio mas não lotado. Entretanto, quem estava lá cantou e pulou com todas as forças. A entrega da banda e do público foram totais. Um momento particularmente interessante foi quando a banda saiu do palco antes do bis. Todo o público começou a cantar o refrão da Ghuleh/Zombie Queen. Eu nunca tinha visto nada parecido!
Os músicos, mesmo estando completamente encapuzados, tem uma presença de palco incrível, especialmente o guitarrista solo. O Papa é uma figura incrível. Domina as ações com sua figura tétrica misturado com palavras suaves e um jeito até... doce.
Em tempos onde o conservadorismo e a teocracia falam cada vez mais forte, foi lindo estar junto de mais de 3000 pessoas gritando a plenos pulmões "LUCIFEEEEER!"
Setlist:
- Infestissumam
- Per Aspera ad Inferi
- Ritual
- Prime Mover
- Secular Haze
- Satan Prayer
- Con Clavi Con Dio
- Elizabeth
- Body and Blood
- Death Knell
- Here Comes the Sun(The Beatles cover)
- Stand by Him
- Genesis
- Year Zero
- If You Have Ghosts(Roky Erickson cover)
- Encore:
- Ghuleh/Zombie Queen
- Monstrance Clock
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